terça-feira, 12 de julho de 2011

Partido acusa PowerPoint por perdas de 110 mil milhões na produtividade Europeia: Culpa do software ou da mensagem?

Ontem, uma curiosa informação destacava-se nos titulares do Jornal Público: “Partido suíço quer banir PowerPoint para melhorar a produtividade”. À margem de criticar o objectivo do Anti-PowerPoint Party (APPP), já que afortunadamente ainda existe em muitos locais do mundo o pensamento plural e a liberdade de associação sobre qualquer tema, esta informação permite-me sublinhar um facto que encontro no meu exercício como perita em comunicação oral e é que cada dia são realizadas apresentações que estão mal estruturadas, são confusas e pouco persuasivas. Segundo o David Paradi, autor da Guia do PowerPoint (Prentice Hall, 2006), aproximadamente 30 milhões de apresentações são realizadas cada dia na América, e –a maioria- fica muito aquém das expectativas da audiência. E é por causa dela, o melhor dizendo, da falta de atenção nela, é que as apresentações traduzem-se em perca de tempo e dinheiro. Nosso trabalho como comunicadores ou apresentadores é ser mentores da audiência, conduzi-los a um local onde encontrar respostas ás suas necessidades, oferecer informação que seja uma mais valia para as suas carreiras. Lamentavelmente, as apresentações são construídas sem pensar no público que irá recebê-las, constituindo isto um problema orgânico que faz delas blocos impessoais de informação, cujo efeito é desmotivador, tal e como afirma o líder do partido APPP.

Por tanto, em lugar de criticar a ferramenta, o software de apresentação, que, como tantos outros, só serve de apoio audiovisual à mensagem que se quer transmitir, uma solução para evitar as percas milionárias citadas no artigo –cujo processo matemático da fonte não fica muito claro- é trabalhar numa  estrutura apelativa da mensagem, com base no conhecimento da audiência, nas suas necessidades e interesses, que é a herói no percurso comunicativo implícito nas apresentações, onde o apresentador é só um mentor, um guia. Uma audiência que conecta com a mensagem, vai compreender e dar suporte a visão do comunicador, vai mobilizar-se, que é o objectivo de toda apresentação, inspirar audiências.

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